sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Apenas um dia para se ter uma "Conscientização Negra"?

Veja a Programação do Dia 20: Seminário - Excelência Negra - Câmara Municipal - Itatiba


Essa data foi conquistada por nós para deixar um lembrete de quem foi Zumbi dos Palmares , porém mas do que isso, de como podemos resgatar nossas essências e principalmente refletir sobre o propósito desta data e como podemos fazer para conseguir as tão desejadas mudanças. Desde de muito cedo ouvia (assim como ouço ainda hoje) informações, principalmente vindas do meu pai, de quão necessário é para o negro entender o significado dessa palavra "Consciência" e qual a necessidade de ter o dia 20 de Novembro, principalmente com este nome. Isso só nos faz pensar que ainda temos que sempre resgatar em nosso íntimo o nosso verdadeiro eu, nosso eu (negro), nosso eu (história), nosso eu (valorização), nosso eu autoestima .
            Mas em meio a estes questionamentos eu me perguntei nesses últimos dias se a existência deste dia é apenas para comemorar a morte do líder revolucionário e seus feitos -  Zumbi ou mostrar as conquistas e barreiras que ainda enfrentamos em meio a preconceitos, racismo e intolerância. Mas a  consciência onde está? E porque Consciência Negra? creio que muitos irão até discordar do que estou escrevendo, mas o que quero enfatizar é o real sentido da palavra e como podemos trabalhar na conscientização. As críticas viram porém deixo claro que entendo exatamente que essa data é um símbolo de conquista e resistência para nós negros, com ela podemos mostrar ao mundo quem somos e onde conseguimos chegar até então, colocar em pauta tudo que ainda não conquistamos, quais são nossos maiores desafios e nela comemoramos os degraus de subimos durante todos esses  anos ... mas ainda me pergunto - E A CONSCIÊNCIA?
            Então fui ao dicionário da nossa língua portuguesa saber o real significado da palavra - Consciência: Lucidez, senso de responsabilidade; sentimento ou percepção do que se passa em nós; voz interior aprovando ou reprovando as suas ações.- Pronto! Exatamente onde queria chegar. Essa consciência negra, branca, tanto faz está exclusivamente ligada a nós, é o seu é o meu sentimento, o que sei sobre mim, como me entendo como ser humano que por ventura é negra. E indo mais além, se me aprovo?  tenho essa percepção que quem eu sou e das minhas atitudes?  me orgulho do que faço e do que sou? Sou bem resolvida comigo mesma?  Tudo isso se resulta em uma conscientização própria sobre quem eu sou e o que preciso mudar e melhorar em relação o que é ser negra (o).
            Todas essas questões e resultados não são apenas para um dia específico, tudo o que envolve ter consciência não pode ficar restrito a uma só cultura muito menos á um só dia. Isso tem que transparecer ao mundo e tudo começa com nós, de como nos vemos, de quais exemplos e legados iremos deixar para aqueles que nos tem como exemplos, seja uma pessoa ou um milhão delas. mas para isso acontecer tenho que saber quem eu sou e com que propósito vim a este mundo. O fato é que, desde de sempre nos prendemos e nos limitamos a sair as ruas, para falar, questionar, reivindicar apenas neste dia, essa nossa força maior deixamos para ser usada  no dia 20 de novembro e aqueles que lutam as batalhas diárias por uma causa que é de todos , sofrem,  porque a guerra é grande mais há poucos dispostos a estarem na linha de frente.

Programação - Dia 20 de Novembro
            Em meio a essa Conscientização será realizado no domingo dia 20, ás 17h na Câmara Municipal - Plenário, o Seminário - "Tarde Excelência Negra". O evento contará com convidados que estão ligados ao nosso dia a dia, representantes negros de diferentes profissões que discutiram os mais diversos assuntos, desde violência contra mulher, racismo, educação, autoestima, cultura e claro a conscientização do que é ser negro.
Com a participação da Banda Clã dos Loucos direto da Zona Norte de São Paulo e  Karen Zachar´s que abrilhantarão o seminário com muita música negra.


sábado, 8 de outubro de 2016

Educação: A base para nossas crianças negras se aceitarem



Essa é a etapa principal de qualquer ser humano e você sendo adolescente adulto ou da melhor idade, já passou por essa fase e sabe o quanto foi importante - Infância. Sabemos que entre 7 bilhões de seres neste mundo nem todos tiveram um infância realizada, mesmo aqueles que tiveram, uma coisa ou outra queriam que tivesse sido diferente.E a educação é a parte fundamental para a construção de uma pessoa, nela conseguimos nos socializar, nos conhecer, respeitar a si e ao próximo, criar metas e projetos para o futuro e com a educação abrimos caminhos que certamente sem ela não conseguiríamos. E é isso que temos que passar de legado e ensinamentos para as nossas crianças a aceitação de quem você é como pessoa, do respeito ao outro e a tolerância.

Mais preciso enfatizar essa questão: A aceitação e o respeito; porém antes de tudo, quero lembrá-los que este texto não é para generalizar e sim para mostrar que ainda vivemos muita das vezes a questão que assombra - onde as nossas crianças negras tem uma grande dificuldade de se aceitarem e seus pais lidam com dificuldade de como mostrar o outro lado da moeda. Um dos desafios mais difíceis a ser enfrentado para efetuar a reeducação étnico-raciais, nessas crianças, é o dilema entre deixar-se assimilar as ideias, comportamentos, nos pensamentos "branqueados", nos raciocínios, se adequar aos projetos sociais que exclui os negros, ou enfrentar a desqualificação, com seus gestos, palavras, iniciativas e mostrar sua negritude. Então chegamos a pergunta: como crianças negras podem construir como fundamento o que a escola e a sociedade lhes ensinado? como não ficar com essas incógnitas:  de qual a sua história étnico-racial? Isso é algo que afeta o ambiente principal de uma criança - a escola; sendo assim o desafio não é só dos pequenos e suas famílias negras mais também dos professores e organizações escolares.


A lei Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.A pesquisadora Jovino em sua pesquisa de 2010, ressalta a vida das crianças escravizadas, sua educação para submissão ao pensamento europeu, ao senhor branco, nela ele diz o quanto os reflexos desses acontecimentos é evidente até hoje no modo como pessoas negras são percebidas e representadas. Representações de negros, feitas por não negros, por meio de fotografias, desenhos e de outras formas, que ela analisa, expõem submissão, negação da própria existência, assimilação. Entretanto, essas mesmas situações, destaca a pesquisadora, geraram resistências. O que sabemos, professores, sobre essas manifestações de resistência? Como podemos sublinhá-las em nosso convívio com alunos negros e não negros? Nas aprendizagens que pretendemos promover? Como explicar às crianças negras e também às não negras que os afrodescendentes são os únicos brasileiros, pelo menos a significativa maioria deles, que desconhecem precisamente de onde vieram seus antepassados? Seus antepassados aprisionados, escravizados e para cá forçadamente transportados guardaram em usos, costumes e até mesmo na língua portuguesa, lembranças contundentes das suas culturas e sabedoria africanas.

Essa tomada de consciência é a questão principal a ser resolvida para que assim as nossas crianças negras e não negras se aceitem e vejam de fato o que é a verdadeira história e como ela faz a total diferença para a construção de suas personalidade e autoaceitação. Saber de sua história e se conhecer e o passo principal para saber onde irá no futuro e esse papel é também os institutos escolares e quando a escola desconsidera a diversidade, reforça o preconceito e a ideologia de supremacia racial, mas quando insere todas as crianças em um contexto em que se sentem acolhidas, valorizadas, rompendo com estereótipos e visões de mundo eurocentradas, ela não só cria as condições adequadas para a aprendizagem, como contribui para que as crianças aceitem o diferente e aceitem a si mesmas em suas singularidades.

quinta-feira, 29 de setembro de 2016

África proíbe meninas de usarem penteados "afro"


 Exatamente isso que você leu no título! Uma escola do ensino médio para meninas na capital da África do Sul, Pretória, proibiu as meninas negras de usarem seus penteados afro, o que causou descontentamento nas alunas, negras e não negras, elas recorreram as redes sociais para protestar e foram apoiadas por dezenas de milhares de usuárias. Para complicar ainda mais a situação, línguas e dialetos locais que não sejam o inglês foram proibidos nas dependências da escola, segundo as manifestantes, esses acontecimentos preconceituosos traz de volta um ar de apartheid - o antigo regime discriminatórios imposto pela minoria dominante branca que governou a África do Sul durantes as décadas (1948), que tornava o racismo aceito pela lei, porém foi abolido em 1994 - quando Nelson Mandela foi eleito presidente.

Mas a questão principal e inaceitável foi a proibição da linguagem, pois enquanto as alunas negras eram obrigadas a usar apenas o inglês, para  as alunas brancas era permitido falar outros idiomas,  como o africâner - língua derivada do holandês, proveniente dos colonizadores, hoje amplamente utilizada no país. Como isso as alunas descontentes promover um petição, contra as regras abusivas da escola e  foram mais além, usaram a internet a seu favor. Na primeira semana de Setembro as assinaturas online do protesto somaram mais de 31 mil. A hashtag que identifica a causa #StopRacismAtPretoriaGirlsHigh (Basta de Racismo na Escola Pretória de Meninas, em tradução livre), foi usada mais de 150 mil vezes na web no mesmo período.

Qualquer instituição tem o direito de elaborar e cobrar de seus alunos regras de condutas e de vestuário. Com a escola de Pretória não é diferente, há anos existe uma clara proibição de roupas e penteados extravagantes como:  cabelos tingidos principalmente com cores berrantes, mas não havia nenhuma norma expressa sobre os penteados afro ou quanto ás dimensões dos fios, o que mais revoltou as alunas, pois foi algo repentino e claramente discriminatório, sem falar da nítida proibição dos dialetos africanos. Dado a este caso,  a escola não quis se pronunciar enquanto , mas teve que voltar atrás nas imposições, após o fato ganhar as redes. Já o ministro da Educação da província de Gauteng , Panyaza Lesufi, classificou a regra como " A Idade da Pedra" , durante uma entrevista concedida a rádio local. Ao visitar a escola ele recebeu a denúncia das alunas negras, de que, de acordo com alguns funcionários, as meninas eram chamadas de "macacos e tem ninhos nas cabeças", por conta de seus cabelos afro.


O que polemiza a questão e o que deixa mais a desejar é pelo fato de tudo isso ter se passado em pleno continente dos cabelos crespos e cacheados. Isso mostra a intolerância e o desrespeito e não vou dizer que é pelo de ser diferente, porque ser negro e ter cabelo crespo não é algo diferente e sim existente e está além de qualquer ser humano aceitar ou não.  A questão principal é que aos poucos, sem perceber  o preconceito, a discriminação vem tomando força no mundo, vem corroendo as mentes mais fracas e as mesmas não se limitam em mostrar ou até mesmo respeitar algo exato, porque ser negro e ter cabelos crespos é algo concreto e não tem como mudar.  A "Mãe África" se orgulha de ser hoje livre do apartheid - pelo menos na teoria, como podemos ver levando em conta esse caso. Assim como outros países com descendentes de africanos que lutam contra o racismo por anos, ainda sofrem diariamente com esse mal, dados comprovam que o aumento de denúncias contra o racismo no mundo aumentaram cerca de 300%. Por isso deixo recado -  RACISMO É CRISE, não hesite em denunciar. Em São Paulo (capital), há a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. E algumas unidades da federação também contam com disque-denúncias específicos para o crime de racismo, como o disque 124, no Distrito Federal.


terça-feira, 20 de setembro de 2016

Livros sobre Racismo que todos deveriam ler

Em meio a tantos fatos e notícias que vemos durante todos os dias de como se aumentou as denúncias de racismo, principalmente nas Redes Sociais, temos que estar munidos de informações para podermoslidar com esse problema mundial. Independentemente de como você sofre ou alguém  próximo de você sofre o preconceito/discriminação; seja racial, social, sexismo, machismo ou homofóbico ou apenas o fato de presenciar um cena discriminatória, nada melhor do que saber melhor sobre seu direitos e poder ajudar á quem não tem esse conhecimento. Pois o preconceito nada mais é, que um conceito que criamos antes de saber o que aquilo realmente significa. 

Hoje temos o privilégio que ter as notícias apenas por um clique, o mundo nos dá essas possibilidades onde é muito difícil aquele que não sabe os seu direitos e claro o seus deveres como cidadãos. Esses livros apresentados abaixo, são especificamente sobre o racismo um mal que vem assolando o mundo desde muito cedo e pior, tende-se a não acabar tão cedo. Eles contam histórias reais ou de ficção abordando o tema do racismo e são recomendados para todos os que pretendem compreender melhor essa hostilidade e combater o preconceito.

O Sol é Para Todos, de Harper Lee 


Este livro aborda o tema do racismo e injustiça através da história de um homem negro acusado de estuprar uma mulher branca nos anos 30 nos Estados Unidos. O Sol é Para Todos ganhou o Prêmio Pullitzer e foi eleito por várias publicações como um dos melhores romances do século XX. 

A Resposta, de Kathryn Stockett


Com mais de 5 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, A Resposta é uma história de preconceito e racismo, mas também de esperança. O livro conta a história de uma jovem jornalista branca na década de 60 no Mississipi, que decide escrever um livro polêmico onde várias empregadas domésticas contam histórias sobre as suas patroas brancas. A Resposta foi livro mais vendido nos Estados Unidos em 2011.

A Cor Púrpura, de Alice Walker



É um dos romances mais aclamados de sempre, vencedor do Prêmio Pullitzer. A Cor Púrpura conta a história de uma mulher negra no sul dos Estados Unidos nos anos 30, que foi abusada desde criança pelo padrasto e marido, focando temas como a desigualdade social entre as diferentes etnias.

Tempo de Matar, de John Grisham


John Grisham, um dos escritores mais lidos nos Estados Unidos, aborda neste livro a história de um negro que decide fazer justiça pelas próprias mãos depois de dois brancos terem estuprado e tentado matar a sua filha. O livro retrata o julgamento desse pai e a divisão entre aqueles que o apoiam e aqueles que não aceitam que um negro mate um branco, focando temas como racismo, injustiça e desigualdade social.

A Vida Secreta das Abelhas, de Sue Monk Kidd 


A Vida Secreta das Abelhas retrata a história de uma menina branca nos anos 60, que decide fugir com a sua babá negra, à procura de respostas sobre a vida da sua mãe. Uma história sobre direitos civis e preconceito, estando mais de dois anos na lista dos mais vendidos segundo o The New York Times.

As Aventuras de Huckleberry Finn, de Mark Twain - 



Este livro de Mark Twain conta a história de Huckleberry Finn, um menino que, após fugir do seu pai alcoólatra, encontra um escravo que estava escapando para o norte do país, onde a escravatura já havia sido abolida. Nesta grande aventura, os dois amigos irão questionar a escravidão e o racismo instituído na sociedade. 

Se você já leu sabe o quão importante eles são e se não; leia, pois irá abrir sua mente, construir uma nova forma de pensar e agir quando se deparar com situações de racismo. Como dizia Nelson Mandela - " A Educação é a Arma mais Poderoso que Você pode usar para Mudar o Mundo."

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Drama sobre a escravidão "The Bird Of a Nation" é um dos favoritos ao Oscar 2017





Protagonizado, escrito e dirigido pelo ator Nate Parker o longa "The Bird Of a Nation"- O nascido de uma Nação é um dos filmes favoritos para ganhar a estatueta do Oscar 2017. O filme conta a história de Nat Turner, um escravo alfabetizado e pregador, cujo proprietário Samuel Turner (Armie Hammer) aceita uma oferta para usar sua forma de pregar para subjugar os escravos rebeldes. Após testemunhar inúmeras atrocidades – contra si e outros escravos – ele organiza uma revolta na esperança de conduzir seu povo para a liberdade.

Porém em 1915, o diretor D.W. Griffith lançou o clássico do cinema mudo “O nascimento de uma Nação”, que se tornaria um dos filmes mais controversos de todos os tempos por seu retrato estereotipado dos negros do Sul dos EUA e com uma visão heróica exaltando, inclusive, as cruéis e assassinas ações da Ku Klux Klan. Em 2016, com o mesmo título, o jovem ator e diretor afro-americano Nate Parker fez um filme contando a história pelo olhar negro: No papel de Nat Turner, um escravizado. O filme surge num momento delicado que a industria fonográfica norte-americana sofre, a falta de negros em papéis de destaque e em meio aos protestos pela falta de atores negros também entre os indicados ao Oscar pelo segundo ano seguido. E é claro, que isso fez com que a questão racial ganhasse espaço em Hollywood.

O filme foi recebido com entusiasmo e aplausos na edição 2016 do Festival de Sundance e ganhou como melhor longa. "O nascido de uma Nação" tem previsão de estréia no Brasil dia 26 de janeiro de 2017 e com certeza valerá muito a pena assisti-lo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Sex And The City" agora é "An African City"


‘An African City’ mostra como vivem as mulheres ricas e fãs de grifes de Gana. Inteligentes, ousadas e independentes.




Qual a mulher que nunca assistiu "Sex and the City"? Seriado que mostrou mulheres do século 21, feministas, independentes, bem sucedidas financeiramente e resolvidas amorosamente; pois bem como todos sabemos esse seriado foi um sucesso nos Estados Unidos e por onde passou e agora a Netflix lançará a versão africana "An African City",com a proposta de mostrar como vivem as mulheres ricas e fãs de grife de Gana, país localizado no continente africano marcado pelas guerras e pobreza.

"An African City" é totalmente inspirada na versão americana desde das características das personagem até o enredo da história, lançada na web sobre cinco jovens mulheres que procuram pelo seu amor na cidade de Accra, em cena, há desde de sandálias de tiras, vestidos glamurosos que roubam a cena, há homens lindos e com estilos que complementam a vidas das personagens. As mulheres se encaixam perfeitamente nos tipos de Carrie e Miranda da versão americana. Personagem principal da série, Nana Yaa é uma jornalista de rádio que passa por dúvidas existenciais sobre relacionamentos amorosos ao longo de toda a história. Zainab e Makena desempenham um papel semelhante ao de Miranda – independentes e donas de seus próprios negócios. Ngozi é recatada que trabalha em uma ONG e que sempre torce o nariz quando o assunto é homem. E Sade seria a Samantha, de Sex and the City, que mostra o seu lado sex, ousado e picante com da bolsa de grife comprada pelo seu namorado rico e casado. Todas elas gastam a maior parte do tempo bebendo drinques nos restaurantes enquanto falam de homens que esperam que um dia elas larguem o emprego para ficar cuidando da casa. A ideia da criadora do show, Nicole Amarteifio, é mostrar um lado invisível da cultura de Gana, localizada em um continente marcado apenas pela guerra e pela pobreza. No seriado, não há nada disso. Em vez disso, “An African City” mostra a vida de mulheres abastadas da África. Makena é uma advogada formada em Oxford, e Sade, em Harvard. Já Zainab pertence à elite do império karité e o pai de Nana Yaaa é ministro de Energia do País. Por meio dessas cinco personagens, o seriado tenta explorar como uma jovem “ocidentalizada” se adequa à realidade de seu País de origem.

Mesmo com tudo isso a série tem recebido diversas críticas pelo fato de não representar a verdadeira história do país, a realidade de Gana é totalmente o inverso, um país com guerras e pobreza onde se quer placas nas ruas ou motoristas particulares existe. O que é retratado em "An African City" é vivido por pouquíssimas pessoas em Gana - apenas 1% da população. Mas o que chama a atenção na séria e exatamente essa capacidade de transformar a situação que vivem as mulheres de Gana em algo totalmente ao contrário, há que diga que tudo o que é mostrado no seriado não representa a mulher negra tanto na África como em outros lugares, que essa "futilidade" é da minoria e que poderiam mostrar os outros lados - o real. Mas eu me alegro em ver que não será o 99% que será mostrado; somos vistas como objetos de consumo (tipo exportação, o descarte), onde o nosso sentimento e opiniões nunca foram valorizados e ouvidos. Pela mídia somos mostradas de um modo apelativo, hipersexualizadas e estereotipadas e ao mundo as negras nunca estabeleceram o direito de consumir, como classe que tem um poder aquisitivo elevado e que possuem bom gosto e vaidade, isso foi reservado e apenas para as mulheres brancas - um fato histórico e de séculos atrás. Por tanto é sim um avanço mostrar hoje esse lado da mulher negra, pois nós também consumimos, gostamos de moda e roupas caras e glamorosas, cuidamos do corpo e somos capazes de estar em lugares altos e ter o poder. Os dados históricos não mentem porém com seriados deste tipo podemos evoluir e mostrar a nossa capacidade e conquistar coisas que para o mundo foi reservado apenas para os senhores e sinhás.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Angela Davis, a Pantera Negra que vai virar filme



Angela Davis foi a principal figura afro-americana que lutou contra a opressão na época dos Direitos Civis, sua trajetória e história ficou depois de décadas ainda presente na cabeça e na história política dos Estados Unidos e do mundo. E essa história vai virar filme, a produtora Codeblack Films comprou os direitos para filmar uma versão do livro “Angela Davis: Uma Autobiografia”, escrito pela ativista de 72 anos que foi uma das líderes do movimento pelos direitos civis dos negros durante as décadas de 60 e 70 nos Estados Unidos. Ela fez parte do grupo Panteras Negras, foi presa acusada de participar de assassinatos na década de 70, militante estudou história das mulheres negras americanas e se tornou uma importante acadêmica dos EUA.

A Codeblack Films foi criada em 2012 pelo produtor Jeff Clanagan como uma divisão da produtora independente Lionsgate. A divisão tem foco de atingir o público negro americano. A própria Angela trabalhará como produtora-executiva do seu filme ao lado de sua sobrinha Eisa Davis, que está escrevendo o roteiro da obra, conforme revelou na revista norte-americana “Vanity Fair”.

O filme tem como objetivo mostrar minuciosamente a vida de Angela Davis e principalmente trazer a mensagem feministas para as mulheres negras do mundo que tem Angela como símbolo de luta e conquistas. Nascida em 1944 na cidade de Birmingham, no Alabama, Angela Davis é uma importante acadêmica dos Estados Unidos, conhecida pelo livro “Mulheres, Raça e Classe”, de 1980, que discute a identidade da mulher negra no país. Ela já foi tema de um documentário: “Libertem Angela Davis”, de 2011. Então vamos esperar, porque literalmente vai valer muito apenas saber mais sobre essa guerreira negra e para quem não conhece ficar conhecendo essa história de luta, coragem e força.

O privilégio de ter um Pai

A palavra PAI para mim sempre tem muito significado e importância, a figura paterna em minha trajetória de vida, posso dizer que é a minha base.  Porém não são todas as pessoas que tiveram esse mesmo  privilégio.O pai é crucial para a vida de seus filhos, acho que assunto tem grande valia, ainda mais hoje com essa troca de valores e de papai de a sociedade vem enfrentando: cada vez mais mulheres são obrigadas (ou escolhem) estar à frente de suas famílias tanto no quesito financeiro, quanto no emocional e físico. Os motivos são variados, mas não estou aqui para dizer que essas mulheres estão certas ou erradas (nem acho que isso seja possível, uma vez que cada caso é um caso… então, sem generalizações). O meu intuito é dizer a vocês sobre o meu pai Ronderlei de Jesus Benedito.
Por este motivo dedico esta matéria á ele, o mês de agosto é comemorado o Dias dos Pais, então nada mais justo que homenagear a pessoa mais importante de minha vida. Como alguns já sabem perdi minha mãe ainda muito cedo e devido as circunstâncias meu pai teve que assumir a responsabilidade total sobre tudo que envolvia a minha vida e do meu irmão. Mas aí vocês pensam? "Isso era o dever e obrigação dele" - Sim, era!  Mas aí está a diferença de um genitor apenas para um pai, e posso dizer que o meu foi Pai.

Somos muitos parecidos, temos personalidades iguais e desde de pequena sempre fui muito apegada a ele, lembro-me que tudo de novo que me acontecia  ou até mesmo se ia bem com as notas da escola ou em alguma atividade que fazia o meu maior prazer era contar para ele, mas não pelo simples fatos que ao contá-lo ele ia me elogiar ou parabenizar , mas porque ele sempre me incentivava; incentivava em ser a melhor em fazer o melhor, independente do que eu fizesse, ele me mostrava que se eu não fizesse o meu melhor de nada adiantaria. Foi com o meu pai que descobri as minhas maiores capacidades e mesmo que nada fosse dar certo eu sabia que teria o seu apoio. E isso mudou, mesmo com todas as percas que ele sofreu o melhor dele e nos deu. Se abdicou de seus sonhos e objetivos, porque tinha como prioridade a família e o nosso bem-estar.


Minha construção de caráter e determinação veio dele, me educou para ser uma mulher, uma mulher negra que pode chegar a lugares altos, mesmo em meio a tantos obstáculos que a vida tem, ele me apresentou o mundo de um forma bem mais clara e que nada é construído sem esforço. Agradeço-o pai espero que tudo o que o senhor fez ou deixou de fazer para que eu tivesse aqui hoje tenha valido a pena. Mostrou-me o mundo, me tornou forte e perseverante, me deu amor quando mais precisei, porém me repreendeu quando mais precisei. Nunca faltou com a verdade e principalmente acreditou em mim quando ninguém acreditou. Porém apesar de todas as maravilhas que me ofereceu e ensinou o maior tesouro que o senhor poderia me deixar  o senhor já deu: A fé! sem ela não teríamos passado pelos momentos escuros e sem ela não conquistamos ainda o que a de vir. Tenho orgulho de ser sua filha e se isso significa algo tenho orgulho de que o senhor é.  E o segredo de ser pai é esse - muitos podem fazer filhos, mais poucos, muito pouco tem a capacidade e hombridade de ser Pai. Porque para ser pai e tem que ser homem!

Obrigada Pai! Te amo

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A cor do Sucesso


O sucesso tem cor? Ele está ligado a posição social? se você tem mais oportunidades do que a outra pessoa, da onde você veio, quais são as suas condições. Bom pode até ser que sim, com um país tão preconceituoso como o Brasil o sucesso é acessível para poucos,  os padrões de beleza, escolaridade e origens fazem como que muitos consigam outros não. Mas hoje a matéria vai mostrar outra vertente,  o sucesso está além de reconhecimento público a sua essência é muito mais que mostrar para terceiros que você conseguiu seus objetivo. E nem mesmo sua cor pode impedir o que o seu esforço conquistou.

Primeiramente para se entender melhor a proposta da matéria, vamos compreender o conceito da palavra "sucesso" - Não se trata apenas da consagração e do reconhecimento público, aplausos, presença frequente  na mídia ou até mesmo na profissão que a pessoa exerce. Mas o sucesso é algo ainda mais consistente é o reflexo social que a realização pessoal de algumas personalidades pode ter. Ou seja, metas individuais, particulares a serem atingidas, podem transformar-se numa satisfação compartilhada coletivamente e servir de exemplo a comunidade em geral.


Pois bem, a comunidade negra pouco conhece o sentido real do sucesso em si, independente em que ambiente se está, qual profissão se  tem. Temos carências de exemplos a serem seguidos, sempre digo que a comunidade negra precisa de exemplos, precisa de pessoas para se espelharem, por conta da nossa trajetória escravista e de inibição somos totalmente retraídos quando se fala de sucesso. Mas como disse no começo, o sucesso tem várias vertentes e objetivos, ele pode ser algo midiático onde você e o mundo reconhece e também pessoal, algo que você quer conquistar para sua auto-estima e romper barreiras que só você mesmo sabe. No "mundo negro", se assim posso dizer, esse sucesso tem mais peso, temos a responsabilidade, pois levamos  conosco milhares de pessoas e histórias. A construção do sucesso para o negro vem com a bagagem de superação ou melhor auto-superação. Afinal, historicamente, não se pode ignorar que mais que auto-superação, os afro-descendentes brasileiros- e de outros países onde a presença negra decorre dos trabalhos escravo - tiveram que lutar contra um estigma terrível. As vitórias dessas personalidades da mídia e de pessoas comuns refletem-se como vitórias comunitárias.

Eu quando vejo artistas, cantores ou profissionais bem qualificados negros (as), seja qual você esteja imaginando agora,  nacionais ou internacionais penso logo na palavra "responsabilidade social", responsabilidade em ser espelho: suas histórias, conquistas, o amor próprio, o reconhecimento pessoal e público, as derrotas, as dificuldades e sobretudo a construção de uma identidade com negro bem sucedido, vai muito mais além; por trás deles teve e tem uma história de superação e confiança em seu potencial. Não permitiram ser mais um nas estatísticas, não deixaram os estereótipos abalarem seus sonhos e objetivos. Tinham tudo para desistir ou até mesmo nem tentar já que suas condições não eram favoráveis. Mas cor da pele não foi a barreira para conquistar o sucesso e sim o combustível para correr atrás e serem diferentes.


segunda-feira, 25 de julho de 2016

25 de Julho: Dia Internacional da Mulher Negra



Hoje é um dia especial para nós mulheres negras á 24 anos atrás mulheres afro latinas - americanas e caribenhas lutavam para tornar esse dia "25 de julho" em uma data internacional e um marco da luta e resistência dos direitos civis das mulheres negras. Essa data também é o Dia Nacional de Tereza de Benguela, líder quilombola que viveu no atual estado de Mato Grosso durante o século XVIII; em comemoração, este ano aqui no Brasil serão realizadas realizadas audiências públicas, festivais, seminários, conferências e feiras, entre outras atividades, que têm por objetivo reafirmar a identidade, a história e a luta das mulheres negras brasileiras, representadas pela força e determinação de Tereza de Benguela.

A “Rainha Tereza”, como ficou conhecida, assumiu a liderança do Quilombo de Quariterê após a morte do companheiro, José Piolho, por soldados comandados pelas autoridades locais. Segundo documentos da época, o lugar abrigava mais de 100 pessoas, sendo 79 negros e 30 índios. Ela deu continuidade a algo significativo e teve postura para abraçar um ideal.

Os número atuais do IBGE são lamentáveis para nós mulheres negras e demonstra que subimos alguns degraus contudo temos situações bem mal resolvidas e que atrapalham o nosso desenvolvimento na sociedade, fica em evidência também o quanto ainda somos o alvo principal desigualdade. Esses números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que 71% das mulheres negras estão em ocupações precárias e informais, contra 54% das mulheres brancas e 48% dos homens brancos. O salário médio da trabalhadora negra continua sendo a metade do salário da trabalhadora branca. Mesmo quando sua escolaridade é similar à escolaridade de uma mulher branca, a diferença salarial gira em torno de 40% a mais para esta.Um outro estudo, realizado pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen), em 2014, mostra que 68% da população das penitenciárias femininas do País são mulheres negras, contra 31% de mulheres brancas e 1% de indígenas. Os dados também apontam que 49% da população penitenciária feminina do País têm menos de 29 anos e 50% possui apenas o ensino fundamental incompleto.

Há quem diga que muitas coisas mudaram, e até mesmo quando lerem essas informações irão questionar o porque de mostrar elas. Eu assim como todos, consigo ver o avanço que a comunidade negra teve, principalmente na mídia. No entanto a mídia é algo fictício e sabemos que os negros que ali estão são a minoria também no meio de muitos, algo a se pensar, especialmente pelo fato da metade da população brasileira serem de pessoas negras. Mas o que é real de verdade são esses números e outros que aí estão para serem analisados e questionados, e a reflexão de qual posição nós mulheres negras temos na sociedade? O mundo evoluiu porém ainda somos vítimas das questões passadas, algo histórico que entra século e saí século ainda não conseguimos resolver.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Para as mulheres negras, para as mulheres brancas, o estupro diz respeito a nós


Historicamente a mulher sempre foi vista com um ser frágil e incapaz, ou até mesmo sentimental demais para determinadas coisas. Não é novidade que ser mulher neste mundo nunca foi fácil e está difícil de melhorar, porém sempre quando ouço opiniões machistas e preconceituosas lembro-me o porquê da existência da mulher, feminina. O triste é que poucos tem essa consciência, aí que chagamos a questão: Nos últimos anos as barbarias contra as mulheres teve um aumento significativo, é comum até mesmo em sua casa, vizinhança, cidade você saber ou conhecer de perto casos de violência doméstica ou sexual contra mulher. Apesar das mudanças legislativas, da implementação de leis e dos esforços coletivos para a conscientização e mudança cultural, a vitimização da mulher com relação a crimes contra a dignidade sexual e a violência doméstica ainda desperta muitas discussões.

Poucas pessoas sabem que mesmo nos dias atuais um acusado de violência contra uma mulher, quando é denunciado, não é imediatamente preso nem mesmo se inicia o processo penal o condenando. Infelizmente sabemos que este discurso "que ele vai preso e será condenado "não condiz com o dia a dia da mulher violentada. Vivemos numa sociedade patriarcal, que oprime mulheres e ainda as classifica como “honestas e desonestas”, lhes obrigando a provar que são vítimas. Existe uma tendência muito forte à coisificação (transformar em um objeto) da mulher, notadamente em músicas e peças publicitárias, que reduzem a mulher ao seu corpo e enfatizam o quanto são “descartáveis”. E o estupro é a expressão mais brutal da coisificação da mulher e da ideia de que ela é propriedade de alguém.


Segundo o US Department of Justice (Departamento de Justiça dos EUA) esta era a realidade americana em 2012: A cada hora, 16 mulheres enfrentam estupradores uma mulher é estuprada a cada seis minutos. A cada 18 segundos uma mulher é espancada. Desde 1974, a taxa de agressões contra as mulheres jovens (idades 20-24) saltou 50 por cento.Três em cada quatro mulheres serão vítimas de pelo menos um crime de violência durante a sua vida. Apenas 50 por cento dos estupros são comunicados e daqueles relatados, menos de 40 por cento irá resultar em prisões. Uma em cada sete mulheres atualmente cursando faculdade foi estuprada.De acordo com a Secretaria de Políticas Publicas para as Mulheres da Presidência da Republica (SPM-PR), a cada 12 segundos uma mulher é estuprada no Brasil. Em 2012 , a cada hora, duas mulheres foram atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com sinais de violência sexual, segundo o Ministério da Saúde. É absurdo na Índia, na Nigéria, nos Estados Unidos e aqui.

O racismo, o preconceito, a discriminação, hipersexualização estão fortemente representadas na sociedade brasileira e reforçam as desigualdades e exclusão das mulheres negras em diversos setores. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), esta discriminação resulta numa taxa 6 vezes maior de mortalidade no grupo de jovens, meninas e mulheres negras com relação a mulheres não-negras.No Rio de Janeiro, as mulheres negras são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso – aquele com intenção de matar (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%).

Analisando friamente os números ditos acima, sabemos que a violência, a opressão e discriminação contra a mulher negra ou não-negra é um sobra bem perturbadora na socieda, mas o que temos feito para mudar essa questão? Sempre voltamos ao ponto quem todo estupro é denunciado e nem todo caso de estupro é analisado com estupro. Porque isso ocorre?

Man: Dicas de cores que combinam com o seu tom de pele

Para terminar a tarde com grande estilo, fiquei muito interessada em um publicação que vi em um site de moda para homens negros. Normalmente quando vemos os homens sempre nos lembramos das cores mais neutras como: preto, cinza, offwhite, caque, tons de azuis, verde e outras do mesmo gênero; mas quando lembramos de "homens negros" já nos remetemos as cores mais vibrantes e um estilo bem swag de ser, mais claro que por conta de termos um público bem diversificado, pois afinal aqui é o Brasil - temos diferentes tons de pele, então resolvi fazer este post.

Antes de mostrar a imagem, quero dizer que não que você 'não pode usar a cor que você quiser', muito pelo contrario. Você pode tudo e nós te mostramos isso por aqui várias vezes. Essa dica é só para aquele momento, quando você tiver naquela dúvida sobre qual cor de camiseta - um exemplo - ficou melhor em você.



A partir disso eu pesquisei algumas imagens que poderiam ilustrar o que o gráfico mostrou e consegui achar no Facebook da Estilo Black uma publicação dando este exemplo e que realmente funciona e é comumente usada para elaboração de ensaios fotográficos, filmes, clipes.


  • Sugestão de cores para que combinam com cada tom de pede (3 tons de pele negra nesse caso). Você pode usar as dicas de cores tanto como uma peça (camiseta), tanto quanto como um detalhe (gravata).