quinta-feira, 29 de setembro de 2016

África proíbe meninas de usarem penteados "afro"


 Exatamente isso que você leu no título! Uma escola do ensino médio para meninas na capital da África do Sul, Pretória, proibiu as meninas negras de usarem seus penteados afro, o que causou descontentamento nas alunas, negras e não negras, elas recorreram as redes sociais para protestar e foram apoiadas por dezenas de milhares de usuárias. Para complicar ainda mais a situação, línguas e dialetos locais que não sejam o inglês foram proibidos nas dependências da escola, segundo as manifestantes, esses acontecimentos preconceituosos traz de volta um ar de apartheid - o antigo regime discriminatórios imposto pela minoria dominante branca que governou a África do Sul durantes as décadas (1948), que tornava o racismo aceito pela lei, porém foi abolido em 1994 - quando Nelson Mandela foi eleito presidente.

Mas a questão principal e inaceitável foi a proibição da linguagem, pois enquanto as alunas negras eram obrigadas a usar apenas o inglês, para  as alunas brancas era permitido falar outros idiomas,  como o africâner - língua derivada do holandês, proveniente dos colonizadores, hoje amplamente utilizada no país. Como isso as alunas descontentes promover um petição, contra as regras abusivas da escola e  foram mais além, usaram a internet a seu favor. Na primeira semana de Setembro as assinaturas online do protesto somaram mais de 31 mil. A hashtag que identifica a causa #StopRacismAtPretoriaGirlsHigh (Basta de Racismo na Escola Pretória de Meninas, em tradução livre), foi usada mais de 150 mil vezes na web no mesmo período.

Qualquer instituição tem o direito de elaborar e cobrar de seus alunos regras de condutas e de vestuário. Com a escola de Pretória não é diferente, há anos existe uma clara proibição de roupas e penteados extravagantes como:  cabelos tingidos principalmente com cores berrantes, mas não havia nenhuma norma expressa sobre os penteados afro ou quanto ás dimensões dos fios, o que mais revoltou as alunas, pois foi algo repentino e claramente discriminatório, sem falar da nítida proibição dos dialetos africanos. Dado a este caso,  a escola não quis se pronunciar enquanto , mas teve que voltar atrás nas imposições, após o fato ganhar as redes. Já o ministro da Educação da província de Gauteng , Panyaza Lesufi, classificou a regra como " A Idade da Pedra" , durante uma entrevista concedida a rádio local. Ao visitar a escola ele recebeu a denúncia das alunas negras, de que, de acordo com alguns funcionários, as meninas eram chamadas de "macacos e tem ninhos nas cabeças", por conta de seus cabelos afro.


O que polemiza a questão e o que deixa mais a desejar é pelo fato de tudo isso ter se passado em pleno continente dos cabelos crespos e cacheados. Isso mostra a intolerância e o desrespeito e não vou dizer que é pelo de ser diferente, porque ser negro e ter cabelo crespo não é algo diferente e sim existente e está além de qualquer ser humano aceitar ou não.  A questão principal é que aos poucos, sem perceber  o preconceito, a discriminação vem tomando força no mundo, vem corroendo as mentes mais fracas e as mesmas não se limitam em mostrar ou até mesmo respeitar algo exato, porque ser negro e ter cabelos crespos é algo concreto e não tem como mudar.  A "Mãe África" se orgulha de ser hoje livre do apartheid - pelo menos na teoria, como podemos ver levando em conta esse caso. Assim como outros países com descendentes de africanos que lutam contra o racismo por anos, ainda sofrem diariamente com esse mal, dados comprovam que o aumento de denúncias contra o racismo no mundo aumentaram cerca de 300%. Por isso deixo recado -  RACISMO É CRISE, não hesite em denunciar. Em São Paulo (capital), há a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância. E algumas unidades da federação também contam com disque-denúncias específicos para o crime de racismo, como o disque 124, no Distrito Federal.


Nenhum comentário:

Postar um comentário