quarta-feira, 20 de julho de 2016

Para as mulheres negras, para as mulheres brancas, o estupro diz respeito a nós


Historicamente a mulher sempre foi vista com um ser frágil e incapaz, ou até mesmo sentimental demais para determinadas coisas. Não é novidade que ser mulher neste mundo nunca foi fácil e está difícil de melhorar, porém sempre quando ouço opiniões machistas e preconceituosas lembro-me o porquê da existência da mulher, feminina. O triste é que poucos tem essa consciência, aí que chagamos a questão: Nos últimos anos as barbarias contra as mulheres teve um aumento significativo, é comum até mesmo em sua casa, vizinhança, cidade você saber ou conhecer de perto casos de violência doméstica ou sexual contra mulher. Apesar das mudanças legislativas, da implementação de leis e dos esforços coletivos para a conscientização e mudança cultural, a vitimização da mulher com relação a crimes contra a dignidade sexual e a violência doméstica ainda desperta muitas discussões.

Poucas pessoas sabem que mesmo nos dias atuais um acusado de violência contra uma mulher, quando é denunciado, não é imediatamente preso nem mesmo se inicia o processo penal o condenando. Infelizmente sabemos que este discurso "que ele vai preso e será condenado "não condiz com o dia a dia da mulher violentada. Vivemos numa sociedade patriarcal, que oprime mulheres e ainda as classifica como “honestas e desonestas”, lhes obrigando a provar que são vítimas. Existe uma tendência muito forte à coisificação (transformar em um objeto) da mulher, notadamente em músicas e peças publicitárias, que reduzem a mulher ao seu corpo e enfatizam o quanto são “descartáveis”. E o estupro é a expressão mais brutal da coisificação da mulher e da ideia de que ela é propriedade de alguém.


Segundo o US Department of Justice (Departamento de Justiça dos EUA) esta era a realidade americana em 2012: A cada hora, 16 mulheres enfrentam estupradores uma mulher é estuprada a cada seis minutos. A cada 18 segundos uma mulher é espancada. Desde 1974, a taxa de agressões contra as mulheres jovens (idades 20-24) saltou 50 por cento.Três em cada quatro mulheres serão vítimas de pelo menos um crime de violência durante a sua vida. Apenas 50 por cento dos estupros são comunicados e daqueles relatados, menos de 40 por cento irá resultar em prisões. Uma em cada sete mulheres atualmente cursando faculdade foi estuprada.De acordo com a Secretaria de Políticas Publicas para as Mulheres da Presidência da Republica (SPM-PR), a cada 12 segundos uma mulher é estuprada no Brasil. Em 2012 , a cada hora, duas mulheres foram atendidas pelo SUS (Sistema Único de Saúde) com sinais de violência sexual, segundo o Ministério da Saúde. É absurdo na Índia, na Nigéria, nos Estados Unidos e aqui.

O racismo, o preconceito, a discriminação, hipersexualização estão fortemente representadas na sociedade brasileira e reforçam as desigualdades e exclusão das mulheres negras em diversos setores. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), esta discriminação resulta numa taxa 6 vezes maior de mortalidade no grupo de jovens, meninas e mulheres negras com relação a mulheres não-negras.No Rio de Janeiro, as mulheres negras são a maioria entre as vítimas de homicídio doloso – aquele com intenção de matar (55,2%), tentativa de homicídio (51%), lesão corporal (52,1%), além de estupro e atentado violento ao pudor (54%).

Analisando friamente os números ditos acima, sabemos que a violência, a opressão e discriminação contra a mulher negra ou não-negra é um sobra bem perturbadora na socieda, mas o que temos feito para mudar essa questão? Sempre voltamos ao ponto quem todo estupro é denunciado e nem todo caso de estupro é analisado com estupro. Porque isso ocorre?

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