‘An African City’ mostra como vivem as mulheres ricas e fãs de grifes de Gana. Inteligentes, ousadas e independentes.
Qual a mulher que nunca assistiu "Sex and the City"? Seriado que mostrou mulheres do século 21, feministas, independentes, bem sucedidas financeiramente e resolvidas amorosamente; pois bem como todos sabemos esse seriado foi um sucesso nos Estados Unidos e por onde passou e agora a Netflix lançará a versão africana "An African City",com a proposta de mostrar como vivem as mulheres ricas e fãs de grife de Gana, país localizado no continente africano marcado pelas guerras e pobreza.
"An African City" é totalmente inspirada na versão americana desde das características das personagem até o enredo da história, lançada na web sobre cinco jovens mulheres que procuram pelo seu amor na cidade de Accra, em cena, há desde de sandálias de tiras, vestidos glamurosos que roubam a cena, há homens lindos e com estilos que complementam a vidas das personagens. As mulheres se encaixam perfeitamente nos tipos de Carrie e Miranda da versão americana. Personagem principal da série, Nana Yaa é uma jornalista de rádio que passa por dúvidas existenciais sobre relacionamentos amorosos ao longo de toda a história. Zainab e Makena desempenham um papel semelhante ao de Miranda – independentes e donas de seus próprios negócios. Ngozi é recatada que trabalha em uma ONG e que sempre torce o nariz quando o assunto é homem. E Sade seria a Samantha, de Sex and the City, que mostra o seu lado sex, ousado e picante com da bolsa de grife comprada pelo seu namorado rico e casado. Todas elas gastam a maior parte do tempo bebendo drinques nos restaurantes enquanto falam de homens que esperam que um dia elas larguem o emprego para ficar cuidando da casa. A ideia da criadora do show, Nicole Amarteifio, é mostrar um lado invisível da cultura de Gana, localizada em um continente marcado apenas pela guerra e pela pobreza. No seriado, não há nada disso. Em vez disso, “An African City” mostra a vida de mulheres abastadas da África. Makena é uma advogada formada em Oxford, e Sade, em Harvard. Já Zainab pertence à elite do império karité e o pai de Nana Yaaa é ministro de Energia do País. Por meio dessas cinco personagens, o seriado tenta explorar como uma jovem “ocidentalizada” se adequa à realidade de seu País de origem.
Mesmo com tudo isso a série tem recebido diversas críticas pelo fato de não representar a verdadeira história do país, a realidade de Gana é totalmente o inverso, um país com guerras e pobreza onde se quer placas nas ruas ou motoristas particulares existe. O que é retratado em "An African City" é vivido por pouquíssimas pessoas em Gana - apenas 1% da população. Mas o que chama a atenção na séria e exatamente essa capacidade de transformar a situação que vivem as mulheres de Gana em algo totalmente ao contrário, há que diga que tudo o que é mostrado no seriado não representa a mulher negra tanto na África como em outros lugares, que essa "futilidade" é da minoria e que poderiam mostrar os outros lados - o real. Mas eu me alegro em ver que não será o 99% que será mostrado; somos vistas como objetos de consumo (tipo exportação, o descarte), onde o nosso sentimento e opiniões nunca foram valorizados e ouvidos. Pela mídia somos mostradas de um modo apelativo, hipersexualizadas e estereotipadas e ao mundo as negras nunca estabeleceram o direito de consumir, como classe que tem um poder aquisitivo elevado e que possuem bom gosto e vaidade, isso foi reservado e apenas para as mulheres brancas - um fato histórico e de séculos atrás. Por tanto é sim um avanço mostrar hoje esse lado da mulher negra, pois nós também consumimos, gostamos de moda e roupas caras e glamorosas, cuidamos do corpo e somos capazes de estar em lugares altos e ter o poder. Os dados históricos não mentem porém com seriados deste tipo podemos evoluir e mostrar a nossa capacidade e conquistar coisas que para o mundo foi reservado apenas para os senhores e sinhás.
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