Exatamente
isso que você leu no título! Uma escola do ensino médio para meninas na capital
da África do Sul, Pretória, proibiu as meninas negras de usarem seus penteados
afro, o que causou descontentamento nas alunas, negras e não negras, elas recorreram as redes sociais para protestar e foram apoiadas por dezenas de
milhares de usuárias. Para complicar ainda mais a situação, línguas e dialetos
locais que não sejam o inglês foram proibidos nas dependências da escola,
segundo as manifestantes, esses acontecimentos preconceituosos traz de volta um
ar de apartheid - o antigo regime discriminatórios imposto pela minoria
dominante branca que governou a África do Sul durantes as décadas (1948), que
tornava o racismo aceito pela lei, porém foi abolido em 1994 - quando Nelson
Mandela foi eleito presidente.
Mas a questão
principal e inaceitável foi a proibição da linguagem, pois enquanto as alunas
negras eram obrigadas a usar apenas o inglês, para as alunas brancas era permitido falar outros idiomas,
como o africâner - língua derivada do
holandês, proveniente dos colonizadores, hoje amplamente utilizada no país.
Como isso as alunas descontentes promover um petição, contra as regras abusivas
da escola e foram mais além, usaram a
internet a seu favor. Na primeira semana de Setembro as assinaturas online do
protesto somaram mais de 31 mil. A hashtag que identifica a causa #StopRacismAtPretoriaGirlsHigh
(Basta de Racismo na Escola Pretória de Meninas, em tradução livre), foi usada
mais de 150 mil vezes na web no mesmo período.
Qualquer
instituição tem o direito de elaborar e cobrar de seus alunos regras de condutas
e de vestuário. Com a escola de Pretória não é diferente, há anos existe uma
clara proibição de roupas e penteados extravagantes como: cabelos tingidos principalmente com cores
berrantes, mas não havia nenhuma norma expressa sobre os penteados afro ou
quanto ás dimensões dos fios, o que mais revoltou as alunas, pois foi algo
repentino e claramente discriminatório, sem falar da nítida proibição dos
dialetos africanos. Dado a este caso, a
escola não quis se pronunciar enquanto , mas teve que voltar atrás nas
imposições, após o fato ganhar as redes. Já o ministro da Educação da província
de Gauteng , Panyaza Lesufi, classificou a regra como " A Idade da Pedra" , durante uma entrevista concedida a
rádio local. Ao visitar a escola ele recebeu a denúncia das alunas negras, de
que, de acordo com alguns funcionários, as meninas eram chamadas de
"macacos e tem ninhos nas cabeças", por conta de seus cabelos afro.
O que
polemiza a questão e o que deixa mais a desejar é pelo fato de tudo isso ter se
passado em pleno continente dos cabelos crespos e cacheados. Isso mostra a
intolerância e o desrespeito e não vou dizer que é pelo de ser diferente,
porque ser negro e ter cabelo crespo não é algo diferente e sim existente e
está além de qualquer ser humano aceitar ou não. A questão principal é que aos poucos, sem
perceber o preconceito, a discriminação
vem tomando força no mundo, vem corroendo as mentes mais fracas e as mesmas não
se limitam em mostrar ou até mesmo respeitar algo exato, porque ser negro e ter
cabelos crespos é algo concreto e não tem como mudar. A "Mãe
África" se orgulha de ser hoje livre do apartheid - pelo menos na
teoria, como podemos ver levando em conta esse caso. Assim como outros países
com descendentes de africanos que lutam contra o racismo por anos, ainda sofrem
diariamente com esse mal, dados comprovam que o aumento de denúncias contra o
racismo no mundo aumentaram cerca de 300%. Por isso deixo recado - RACISMO
É CRISE, não hesite em denunciar. Em
São Paulo (capital), há a Delegacia de Crimes
Raciais e Delitos de Intolerância. E algumas unidades da federação também contam com
disque-denúncias específicos para o crime de racismo, como o disque 124, no Distrito Federal.