quarta-feira, 24 de agosto de 2016

"Sex And The City" agora é "An African City"


‘An African City’ mostra como vivem as mulheres ricas e fãs de grifes de Gana. Inteligentes, ousadas e independentes.




Qual a mulher que nunca assistiu "Sex and the City"? Seriado que mostrou mulheres do século 21, feministas, independentes, bem sucedidas financeiramente e resolvidas amorosamente; pois bem como todos sabemos esse seriado foi um sucesso nos Estados Unidos e por onde passou e agora a Netflix lançará a versão africana "An African City",com a proposta de mostrar como vivem as mulheres ricas e fãs de grife de Gana, país localizado no continente africano marcado pelas guerras e pobreza.

"An African City" é totalmente inspirada na versão americana desde das características das personagem até o enredo da história, lançada na web sobre cinco jovens mulheres que procuram pelo seu amor na cidade de Accra, em cena, há desde de sandálias de tiras, vestidos glamurosos que roubam a cena, há homens lindos e com estilos que complementam a vidas das personagens. As mulheres se encaixam perfeitamente nos tipos de Carrie e Miranda da versão americana. Personagem principal da série, Nana Yaa é uma jornalista de rádio que passa por dúvidas existenciais sobre relacionamentos amorosos ao longo de toda a história. Zainab e Makena desempenham um papel semelhante ao de Miranda – independentes e donas de seus próprios negócios. Ngozi é recatada que trabalha em uma ONG e que sempre torce o nariz quando o assunto é homem. E Sade seria a Samantha, de Sex and the City, que mostra o seu lado sex, ousado e picante com da bolsa de grife comprada pelo seu namorado rico e casado. Todas elas gastam a maior parte do tempo bebendo drinques nos restaurantes enquanto falam de homens que esperam que um dia elas larguem o emprego para ficar cuidando da casa. A ideia da criadora do show, Nicole Amarteifio, é mostrar um lado invisível da cultura de Gana, localizada em um continente marcado apenas pela guerra e pela pobreza. No seriado, não há nada disso. Em vez disso, “An African City” mostra a vida de mulheres abastadas da África. Makena é uma advogada formada em Oxford, e Sade, em Harvard. Já Zainab pertence à elite do império karité e o pai de Nana Yaaa é ministro de Energia do País. Por meio dessas cinco personagens, o seriado tenta explorar como uma jovem “ocidentalizada” se adequa à realidade de seu País de origem.

Mesmo com tudo isso a série tem recebido diversas críticas pelo fato de não representar a verdadeira história do país, a realidade de Gana é totalmente o inverso, um país com guerras e pobreza onde se quer placas nas ruas ou motoristas particulares existe. O que é retratado em "An African City" é vivido por pouquíssimas pessoas em Gana - apenas 1% da população. Mas o que chama a atenção na séria e exatamente essa capacidade de transformar a situação que vivem as mulheres de Gana em algo totalmente ao contrário, há que diga que tudo o que é mostrado no seriado não representa a mulher negra tanto na África como em outros lugares, que essa "futilidade" é da minoria e que poderiam mostrar os outros lados - o real. Mas eu me alegro em ver que não será o 99% que será mostrado; somos vistas como objetos de consumo (tipo exportação, o descarte), onde o nosso sentimento e opiniões nunca foram valorizados e ouvidos. Pela mídia somos mostradas de um modo apelativo, hipersexualizadas e estereotipadas e ao mundo as negras nunca estabeleceram o direito de consumir, como classe que tem um poder aquisitivo elevado e que possuem bom gosto e vaidade, isso foi reservado e apenas para as mulheres brancas - um fato histórico e de séculos atrás. Por tanto é sim um avanço mostrar hoje esse lado da mulher negra, pois nós também consumimos, gostamos de moda e roupas caras e glamorosas, cuidamos do corpo e somos capazes de estar em lugares altos e ter o poder. Os dados históricos não mentem porém com seriados deste tipo podemos evoluir e mostrar a nossa capacidade e conquistar coisas que para o mundo foi reservado apenas para os senhores e sinhás.


segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Angela Davis, a Pantera Negra que vai virar filme



Angela Davis foi a principal figura afro-americana que lutou contra a opressão na época dos Direitos Civis, sua trajetória e história ficou depois de décadas ainda presente na cabeça e na história política dos Estados Unidos e do mundo. E essa história vai virar filme, a produtora Codeblack Films comprou os direitos para filmar uma versão do livro “Angela Davis: Uma Autobiografia”, escrito pela ativista de 72 anos que foi uma das líderes do movimento pelos direitos civis dos negros durante as décadas de 60 e 70 nos Estados Unidos. Ela fez parte do grupo Panteras Negras, foi presa acusada de participar de assassinatos na década de 70, militante estudou história das mulheres negras americanas e se tornou uma importante acadêmica dos EUA.

A Codeblack Films foi criada em 2012 pelo produtor Jeff Clanagan como uma divisão da produtora independente Lionsgate. A divisão tem foco de atingir o público negro americano. A própria Angela trabalhará como produtora-executiva do seu filme ao lado de sua sobrinha Eisa Davis, que está escrevendo o roteiro da obra, conforme revelou na revista norte-americana “Vanity Fair”.

O filme tem como objetivo mostrar minuciosamente a vida de Angela Davis e principalmente trazer a mensagem feministas para as mulheres negras do mundo que tem Angela como símbolo de luta e conquistas. Nascida em 1944 na cidade de Birmingham, no Alabama, Angela Davis é uma importante acadêmica dos Estados Unidos, conhecida pelo livro “Mulheres, Raça e Classe”, de 1980, que discute a identidade da mulher negra no país. Ela já foi tema de um documentário: “Libertem Angela Davis”, de 2011. Então vamos esperar, porque literalmente vai valer muito apenas saber mais sobre essa guerreira negra e para quem não conhece ficar conhecendo essa história de luta, coragem e força.

O privilégio de ter um Pai

A palavra PAI para mim sempre tem muito significado e importância, a figura paterna em minha trajetória de vida, posso dizer que é a minha base.  Porém não são todas as pessoas que tiveram esse mesmo  privilégio.O pai é crucial para a vida de seus filhos, acho que assunto tem grande valia, ainda mais hoje com essa troca de valores e de papai de a sociedade vem enfrentando: cada vez mais mulheres são obrigadas (ou escolhem) estar à frente de suas famílias tanto no quesito financeiro, quanto no emocional e físico. Os motivos são variados, mas não estou aqui para dizer que essas mulheres estão certas ou erradas (nem acho que isso seja possível, uma vez que cada caso é um caso… então, sem generalizações). O meu intuito é dizer a vocês sobre o meu pai Ronderlei de Jesus Benedito.
Por este motivo dedico esta matéria á ele, o mês de agosto é comemorado o Dias dos Pais, então nada mais justo que homenagear a pessoa mais importante de minha vida. Como alguns já sabem perdi minha mãe ainda muito cedo e devido as circunstâncias meu pai teve que assumir a responsabilidade total sobre tudo que envolvia a minha vida e do meu irmão. Mas aí vocês pensam? "Isso era o dever e obrigação dele" - Sim, era!  Mas aí está a diferença de um genitor apenas para um pai, e posso dizer que o meu foi Pai.

Somos muitos parecidos, temos personalidades iguais e desde de pequena sempre fui muito apegada a ele, lembro-me que tudo de novo que me acontecia  ou até mesmo se ia bem com as notas da escola ou em alguma atividade que fazia o meu maior prazer era contar para ele, mas não pelo simples fatos que ao contá-lo ele ia me elogiar ou parabenizar , mas porque ele sempre me incentivava; incentivava em ser a melhor em fazer o melhor, independente do que eu fizesse, ele me mostrava que se eu não fizesse o meu melhor de nada adiantaria. Foi com o meu pai que descobri as minhas maiores capacidades e mesmo que nada fosse dar certo eu sabia que teria o seu apoio. E isso mudou, mesmo com todas as percas que ele sofreu o melhor dele e nos deu. Se abdicou de seus sonhos e objetivos, porque tinha como prioridade a família e o nosso bem-estar.


Minha construção de caráter e determinação veio dele, me educou para ser uma mulher, uma mulher negra que pode chegar a lugares altos, mesmo em meio a tantos obstáculos que a vida tem, ele me apresentou o mundo de um forma bem mais clara e que nada é construído sem esforço. Agradeço-o pai espero que tudo o que o senhor fez ou deixou de fazer para que eu tivesse aqui hoje tenha valido a pena. Mostrou-me o mundo, me tornou forte e perseverante, me deu amor quando mais precisei, porém me repreendeu quando mais precisei. Nunca faltou com a verdade e principalmente acreditou em mim quando ninguém acreditou. Porém apesar de todas as maravilhas que me ofereceu e ensinou o maior tesouro que o senhor poderia me deixar  o senhor já deu: A fé! sem ela não teríamos passado pelos momentos escuros e sem ela não conquistamos ainda o que a de vir. Tenho orgulho de ser sua filha e se isso significa algo tenho orgulho de que o senhor é.  E o segredo de ser pai é esse - muitos podem fazer filhos, mais poucos, muito pouco tem a capacidade e hombridade de ser Pai. Porque para ser pai e tem que ser homem!

Obrigada Pai! Te amo

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

A cor do Sucesso


O sucesso tem cor? Ele está ligado a posição social? se você tem mais oportunidades do que a outra pessoa, da onde você veio, quais são as suas condições. Bom pode até ser que sim, com um país tão preconceituoso como o Brasil o sucesso é acessível para poucos,  os padrões de beleza, escolaridade e origens fazem como que muitos consigam outros não. Mas hoje a matéria vai mostrar outra vertente,  o sucesso está além de reconhecimento público a sua essência é muito mais que mostrar para terceiros que você conseguiu seus objetivo. E nem mesmo sua cor pode impedir o que o seu esforço conquistou.

Primeiramente para se entender melhor a proposta da matéria, vamos compreender o conceito da palavra "sucesso" - Não se trata apenas da consagração e do reconhecimento público, aplausos, presença frequente  na mídia ou até mesmo na profissão que a pessoa exerce. Mas o sucesso é algo ainda mais consistente é o reflexo social que a realização pessoal de algumas personalidades pode ter. Ou seja, metas individuais, particulares a serem atingidas, podem transformar-se numa satisfação compartilhada coletivamente e servir de exemplo a comunidade em geral.


Pois bem, a comunidade negra pouco conhece o sentido real do sucesso em si, independente em que ambiente se está, qual profissão se  tem. Temos carências de exemplos a serem seguidos, sempre digo que a comunidade negra precisa de exemplos, precisa de pessoas para se espelharem, por conta da nossa trajetória escravista e de inibição somos totalmente retraídos quando se fala de sucesso. Mas como disse no começo, o sucesso tem várias vertentes e objetivos, ele pode ser algo midiático onde você e o mundo reconhece e também pessoal, algo que você quer conquistar para sua auto-estima e romper barreiras que só você mesmo sabe. No "mundo negro", se assim posso dizer, esse sucesso tem mais peso, temos a responsabilidade, pois levamos  conosco milhares de pessoas e histórias. A construção do sucesso para o negro vem com a bagagem de superação ou melhor auto-superação. Afinal, historicamente, não se pode ignorar que mais que auto-superação, os afro-descendentes brasileiros- e de outros países onde a presença negra decorre dos trabalhos escravo - tiveram que lutar contra um estigma terrível. As vitórias dessas personalidades da mídia e de pessoas comuns refletem-se como vitórias comunitárias.

Eu quando vejo artistas, cantores ou profissionais bem qualificados negros (as), seja qual você esteja imaginando agora,  nacionais ou internacionais penso logo na palavra "responsabilidade social", responsabilidade em ser espelho: suas histórias, conquistas, o amor próprio, o reconhecimento pessoal e público, as derrotas, as dificuldades e sobretudo a construção de uma identidade com negro bem sucedido, vai muito mais além; por trás deles teve e tem uma história de superação e confiança em seu potencial. Não permitiram ser mais um nas estatísticas, não deixaram os estereótipos abalarem seus sonhos e objetivos. Tinham tudo para desistir ou até mesmo nem tentar já que suas condições não eram favoráveis. Mas cor da pele não foi a barreira para conquistar o sucesso e sim o combustível para correr atrás e serem diferentes.