sábado, 8 de outubro de 2016

Educação: A base para nossas crianças negras se aceitarem



Essa é a etapa principal de qualquer ser humano e você sendo adolescente adulto ou da melhor idade, já passou por essa fase e sabe o quanto foi importante - Infância. Sabemos que entre 7 bilhões de seres neste mundo nem todos tiveram um infância realizada, mesmo aqueles que tiveram, uma coisa ou outra queriam que tivesse sido diferente.E a educação é a parte fundamental para a construção de uma pessoa, nela conseguimos nos socializar, nos conhecer, respeitar a si e ao próximo, criar metas e projetos para o futuro e com a educação abrimos caminhos que certamente sem ela não conseguiríamos. E é isso que temos que passar de legado e ensinamentos para as nossas crianças a aceitação de quem você é como pessoa, do respeito ao outro e a tolerância.

Mais preciso enfatizar essa questão: A aceitação e o respeito; porém antes de tudo, quero lembrá-los que este texto não é para generalizar e sim para mostrar que ainda vivemos muita das vezes a questão que assombra - onde as nossas crianças negras tem uma grande dificuldade de se aceitarem e seus pais lidam com dificuldade de como mostrar o outro lado da moeda. Um dos desafios mais difíceis a ser enfrentado para efetuar a reeducação étnico-raciais, nessas crianças, é o dilema entre deixar-se assimilar as ideias, comportamentos, nos pensamentos "branqueados", nos raciocínios, se adequar aos projetos sociais que exclui os negros, ou enfrentar a desqualificação, com seus gestos, palavras, iniciativas e mostrar sua negritude. Então chegamos a pergunta: como crianças negras podem construir como fundamento o que a escola e a sociedade lhes ensinado? como não ficar com essas incógnitas:  de qual a sua história étnico-racial? Isso é algo que afeta o ambiente principal de uma criança - a escola; sendo assim o desafio não é só dos pequenos e suas famílias negras mais também dos professores e organizações escolares.


A lei Lei 10.639/03, alterada pela Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio.A pesquisadora Jovino em sua pesquisa de 2010, ressalta a vida das crianças escravizadas, sua educação para submissão ao pensamento europeu, ao senhor branco, nela ele diz o quanto os reflexos desses acontecimentos é evidente até hoje no modo como pessoas negras são percebidas e representadas. Representações de negros, feitas por não negros, por meio de fotografias, desenhos e de outras formas, que ela analisa, expõem submissão, negação da própria existência, assimilação. Entretanto, essas mesmas situações, destaca a pesquisadora, geraram resistências. O que sabemos, professores, sobre essas manifestações de resistência? Como podemos sublinhá-las em nosso convívio com alunos negros e não negros? Nas aprendizagens que pretendemos promover? Como explicar às crianças negras e também às não negras que os afrodescendentes são os únicos brasileiros, pelo menos a significativa maioria deles, que desconhecem precisamente de onde vieram seus antepassados? Seus antepassados aprisionados, escravizados e para cá forçadamente transportados guardaram em usos, costumes e até mesmo na língua portuguesa, lembranças contundentes das suas culturas e sabedoria africanas.

Essa tomada de consciência é a questão principal a ser resolvida para que assim as nossas crianças negras e não negras se aceitem e vejam de fato o que é a verdadeira história e como ela faz a total diferença para a construção de suas personalidade e autoaceitação. Saber de sua história e se conhecer e o passo principal para saber onde irá no futuro e esse papel é também os institutos escolares e quando a escola desconsidera a diversidade, reforça o preconceito e a ideologia de supremacia racial, mas quando insere todas as crianças em um contexto em que se sentem acolhidas, valorizadas, rompendo com estereótipos e visões de mundo eurocentradas, ela não só cria as condições adequadas para a aprendizagem, como contribui para que as crianças aceitem o diferente e aceitem a si mesmas em suas singularidades.